Lúcifer, o "portador da luz" original, foi criado acima dos outros anjos, com inteligência, brilho e poder extraordinários. Mas, para ele, não era o suficiente. Ele não podia aceitar o que Deus daria aos humanos. Ele não podia aceitar que o Filho Encarnado tornaria-se humano e morreria por eles. A luz em Lúcifer, que agora se chama Satanás, tornou-se escuridão. O louvor à Deus em seu coração foi substituído pela raiva.
Santa Faustina teve uma visão das sete torturas do inferno. A última era ódio à Deus, palavras vis, maldições e blasfêmias. Da boca de Satanás e das almas condenadas sai uma eternidade de raiva contra Deus. Eles culpam a Deus por sua sorte infernal.
Por outro lado, os Salvos estão cheios de gratidão e ação de graças. Eles estão eternamente: "Cantando ao Senhor [...] em (seus) corações, dando graças sempre e por tudo" (Ef 6:19-20). Os místicos que tiveram um vislumbre do céu frequentemente falam da música celestial de incontáveis almas louvando a Deus com alegria e dando graças.
Um grande sinal dos Eleitos nesta terra é um coração agradecido. Não é por acaso que a palavra para o grande sacramento da Igreja vem do grego, eucharistia, "ação de graças".
Uma parte crítica de um exorcismo é curar qualquer raiva e falta de perdão incrustada no coração do possesso. Eu os conduzo através de um curto ritual de perdão. "Repita após mim", eu digo, "No Santo nome de Jesus, eu perdoo (inserir nomes) de bom grado e peço a Deus que os abençoe". Como dizem as Escrituras: "Abençoai os que vos perseguem, bendizei-os e não os amaldiçoeis" (Rm 12:14). Sem deixar de lado as raivas internas e maldições aos outros, tenho pouca esperança de que os possessos, ou qualquer pessoa, sejam libertados.
Em nossos dias, vemos ondas de raiva e violência varrendo a terra. Às vezes, fico desanimado com a direção de nossa nação. Mas no Dia de Ação de Graças [1], um mar de almas se reuniu ao redor da Mesa para agradecer ao seu Criador. Pensei ter ouvido um eco da canção do céu. E dei graças.