De 15/01/2022 | 3 min

Um diácono permanente compartilhou este encontro comigo. Ocorreu antes dele estar envolvido em nosso ministério de libertação. Na época, ele também era um policial da ativa:

"Entrei pela porta lateral da nossa igreja por volta das 16:20h para me preparar para a missa das 17h. Meu humor era de tédio e estava triste por ter deixado meus filhos em casa se divertindo. Mas com a Providência não há acasos.

Entrando na igreja encontrei uma jovem que obviamente havia descido do Santuário e estava no corredor. Quando se aproximou sorrindo, parecia-se com mais uma jovem perdida e mal vestida, com calças largas, regata e um penteado que lembrava a medusa. Conforme diminuíamos a distância caminhando um em direção ao outro, eu (sendo um policial treinado por mais de dez anos) observei uma tatuagem na base do seu pescoço. Imediatamente o reconheci como um símbolo de Satanás - uma cruz invertida. Ela então proferiu algumas blasfêmias sobre Deus e Jesus.

Olhei para o altar para ver se o tabernáculo havia sido violado ou se o altar havia sido vilipendiado. Confiante de que nada de sério havia acontecido, perguntei: "O que você tem no copo?" (ela estava segurando um copo com canudinho de criança cheio de um líquido claro e um lírio branco que veio de nosso arranjo do altar). Ela sorriu novamente e disse: "É só um pouco de água benta [palavrões]". "Porque você iria querer isto?" Perguntei, sem dar atenção às suas blasfêmias e palavrões. "Preciso disso para exorcismos. Sou uma bruxa. Eu adoro Satã". Estendi minha mão para a fonte de água benta e me benzi. Ela disse: "Mantenha isso [palavrões] longe de mim" e recuou dois passos. Ela estava, sem dúvida, buscando acesso ao Santíssimo Sacramento e se contentou com a água benta.

Com a expressão no rosto que utilizo no meu ofício, disse: "Sou policial e estou lhe dando um convite oficial para sair daqui e não voltar". Ela pareceu abalada e obedeceu imediatamente. Ela escreveu em nosso livrinho de intenções, da Oração dos Fiéis, na entrada da igreja. Rabiscou nas folhas um convite para orar a Satanás e "se entregar à vida". E também escreveu: "Deus [palavrões], queime a Bíblia, salve Satanás. Satanás ama você, meio que ama [1]".

Esta mulher não era louca. Ela estava animada, sorridente, profana e em uma missão. Sua presença me fez sentir a total ausência de amor, cordialidade ou bondade. Já vi o mal e o maligno nas pessoas muitas vezes em minha ocupação como policial. Esta foi a primeira vez que senti alguém deleitar-se completamente com isto. Ela tinha uma aura de malevolência. Senti-me sujo com sua presença e quis tomar banho.

Informei o Pastor sobre a "invasão". Ele então me contou sobre um padre amigo dele cuja secretária paroquial era uma sacerdotisa satânica. Ela havia aceitado o emprego apenas para ter acesso ao Santíssimo Sacramento.

A igreja de Satanás existe. Eles pregam o prazer em todas as coisas que fazem uma pessoa se sentir bem. Reconheci este "dogma" em sua nota para "se entregar à vida". O mal vem até nós sorrindo, assim como essa bruxa o fez. Ofereci um rosário à Nossa Senhora pela sua conversão".

Estou orgulhoso do nosso diácono. Ele respondeu às suas blasfêmias com cuidado pelo sagrado. Respondeu aos seus palavrões com respeito. Respondeu ao seu ódio com uma oração amorosa à Maria por ela.

Notas do Tradutor

[1] Do inglês "kinda". Expressão informal que no português pode ser traduzida pela expressão também informal "tipo" ou "mais ou menos".