De 16/04/2022 | 2 min

À luz da ressurreição Pascal lembro-me de um encontro com o demônio [1]. Durante um exorcismo solene, estávamos invocando o poder da ressurreição de Jesus e da boca do demônio sai um jubiloso: "Vencemos! Vencemos! Ele não ressuscitou." Com isso, os padres na sala explodiram em gargalhadas espontâneas. Acrescentei: "Este demônio precisa de uma aula de história."

Não sei se o demônio realmente acreditava no que estava dizendo. Eles são mentirosos inveterados. Mas, como psicólogo, há muito tempo testemunho as negações e as trevas que acompanham o pecado. O pecado obscurece a mente e distorce a perspectiva da pessoa. Nas entranhas do reino das trevas, a verdade é obscurecida e distorcida. Aqueles acostumados com o mal eventualmente começam a acreditar em suas próprias mentiras.

E, no entanto, tudo o que estava acontecendo testemunhava a realidade da Ressurreição. A mera visão do crucifixo era um tormento para os demônios: Ecce crucem domini, fugite partes adversae. Por que o símbolo da crucificação seria um tormento para o mal se não fosse seguido pela ressurreição?

Quando água benta foi borrifada nos demônios, eles se contorceram de dor. Ecce aqua benedicta. Como poderia a bênção da água em nome de um homem crucificado ser uma arma poderosa contra o mal se ele não ressuscitou?

Em seguida, passei a rezar as orações imprecatórias do Rito de Exorcismo ordenando que Satã saísse em nome de Jesus. Adjuro te, Satan, princeps huius mundi: agnosce potentiam et virtutem Jesu Christi, qui te ... spoliavit in cruce et de sepulcro ressurgens tua tropaea in regnum transtulit lucis. Ordenei aos demônios que saíssem em nome de Jesus que morreu e ressuscitou. E eles foram embora.

Os demônios foram expulsos em nome de Jesus, cuja morte e ressurreição é o fundamento de todo exorcismo e é o exorcismo derradeiro de Satanás. É na cruz e na ressurreição que o reino de Satanás foi destruído para sempre.

Notas

 [1] Veja "Diary of an American Exorcist", p. 143.