Eu incentivo fortemente que pessoas afligidas por demônios participem da Santa Missa com regularidade. No entanto, sei o quanto isso pode ser difícil para elas — especialmente para aquelas que estão totalmente possuídas. Quando alguém está possuído, há uma espécie de sobreposição entre o corpo da pessoa e o dos demônios. Por isso, o possuído muitas vezes sente o que os demônios sentem. Em certos momentos, sua vida se torna literalmente um inferno.
Por exemplo, ao entrar em contato com algo sagrado, é comum que o possuído relate uma dor insuportável. Dizem que a água benta, mesmo fria, queima. Ao olhar para um crucifixo, sentem como se os olhos estivessem em chamas. Diante de um padre ou ao entrar numa igreja, podem experimentar um ódio intenso.
Pedi ao "David" — que no passado pertenceu a um culto satânico e hoje está possuído — que fizesse o possível para participar da Missa aos domingos. Ele tenta com coragem, mas até agora só conseguiu comparecer esporadicamente, uma vez a cada alguns meses. Ele me contou: "Quando consigo ir, não consigo rezar nem acompanhar as orações como os outros fazem."
David acrescentou: "É uma tortura estar ali, cercado por todas aquelas imagens e estátuas." E continuou: "O barulho das pessoas e do padre rezando é tão ensurdecedor dentro de mim que fico tomado pela raiva." Por fim, disse: "Quando rezam a oração de São Miguel, consigo ouvir os demônios gritando. É horrível, assustador e extremamente doloroso."
Eu amo os sacramentais da Igreja. Eles nos inspiram e fortalecem. Mas também têm uma função apotropaica poderosa: são repulsivos para os demônios e ajudam a expulsá-los. Fiquei especialmente atento ao comentário de David sobre a oração de São Miguel: ela apavora os demônios, causa-lhes uma dor intensa, e os faz gritar de agonia. Por isso, vou redobrar o uso dessa oração em nossas futuras sessões de exorcismo.